Outeiro de Gatos é uma aldeia da Beira Alta que pertence ao concelho da Mêda, distrito da Guarda.Este é um blog que pretende dar a conhecer esta aldeia e o seu concelho, divulgar as suas riquezas patrimoniais e paisagísticas mas também as suas manifestações populares e culturais, as festas e romarias, as feiras e exposições, os monumentos, as antigas Vilas Medievais, o artesanato e as suas gentes, seus costumes e tradições. Fique por aí e volte sempre. Obrigada.

II Encontro dos Amigos de Outeiro de Gatos

No passado dia 13 de Agosto, foi realizado o II Encontro dos Amigos de Outeiro de Gatos.
Amigos e amigas encontraram-se no adro da igreja para as boas vindas e conhecer as actividades do dia.
Para este ano, a organização tinha mais uma caça ao tesouro mas desta vez não de chaves de ouro como no ano anterior mas dos verdadeiros tesouros da terra: os seus produtos.




Os enigmas deste ano, levaram as equipas às casas de algumas famílias que tinham para oferecer vinho; azeite; amêndoa, avelã, e nozes; feijão e grão de bico; batatas; alhos e cebolas; mel; doce de abóbora; filhoses e biscoitos e chouriços e farinheiras.

Recolhidos os "tesouros" era então o momento de decorar os cestos pois mais tarde seriam arrematados nas festas da aldeia. Com a ajuda de ramos de videira e de castanheiro, todas as equipas tentaram fazer o seu melhor e mostrar os seus dotes, embelezando cada um dos cestos.

A tarde foi depois preenchida com o almoço, porco no espeto e arroz de feijão, tudo muito bem regado com a boa disposição de todos e claro... cervejinha bem fresquinha, pois o calor era muito... ;)

A tarde "estendeu-se" depois tal como as mantas sob a sobra dos carvalhos. Contaram-se histórias e estórias, e entre risos e gargalhadas, ouviram-se anedotas e cantares da terra como já vem sendo tradição entre amigos que já contam muitos anos de amizade e de serões de Verão.

A promessa ficou: para o ano virá mais... Haja chuva ou faça sol... ;)

Fotos do II Encontro
Mais fotos do II Encontro

 

Alfredo Cabral

Lembram-se da tabuada escolar "O Ratinho"? Quem nos seus tempos de estudante não teve uma? Hoje, ao encontrar a minha velhinha tabuada, lembrei-me de vos falar de Alfredo Cabral, o autor desta "reliquia", que faz parte das memórias de muitos de nós e que marcou tantas gerações.


Alfredo Cabral, nasceu em Outeiro de Gatos em 1912. Fez a instrução primária nesta aldeia e frequentou um seminário, tornando-se professor de ensino primário. Mais tarde, licenciou-se em Filosofia Clássica pela Universidade de Lisboa.
Autor de vasta obra em prosa e poesia, destacam-se "Vida Amarga", "Sinapismos", "Grão e Sal", uma colectânea de provérbios.
Orientou jornais como "O Educador", colaborou em revistas e publicou estudos como prontuários ortográficos, tabuadas, catecismos, etc.
Colaborou igualmente no boletim de Acção Educativa e de Difusão de Cultura Popular da Direcção Geral do Ensino Primário.
Alfredo Cabral, trabalhou no Ministério da Educação, na Direcção Geral do Ensino Primário na qualidade de Chefe de Secção, tendo estado ligado à fundação de Cantigas Escolares no Ensino Primário.
Com verdadeira dedicação, empenhou-se na construção e manutenção da cantina escolar da sua terra natal, Outeiro de Gatos. Foi uma das primeiras cantinas criadas no concelho da Mêda.
Alfredo Cabral foi também o autor da letra do hino de Outeiro de Gatos, que tantas vezes cantamos nas nossas festas da aldeia.

Sugestão de leitura: O Gato Gatão, poeta de profissão

Com previsões de chuva para este fim de semana, nada melhor que ficar em casa e aproveitar para ler uma história aos nossos pequenos. A sugestão de hoje é o livro "O Gato Gatão, poeta de profissão", da escritora Graça Breia e ilustração de Raquel Pinheiro.

A história, passada na nossa aldeia de Outeiro de Gatos, conta de uma maneira alegre e bem-disposta, em que as palavras também brincam, a vida de um gato poeta.
O Gato Gatão, apresenta-nos a sua companheira, a Ruivinha, e descreve-nos a aldeia onde vive, Outeiro de Gatos, e na qual se diverte à grande. Nesta aldeia, o Gato Gatão é feliz e encontra motivos de inspiração para a sua poesia.

"Gato, Gatão, poeta de profissão" é um livro da Editora CERCICA, editado com o apoio do Ministério da Educação e Câmara Municipal de Cascais.
Inserido na colecção “4 leituras”, este livro que faz parte da lista recomendada pelo Plano Nacional de Leitura, integra um DVD interactivo com a história narrada em Língua Gestual Portuguesa, em versão áudio e em Símbolos Pictográficos para a Comunicação. Existe também uma versão impressa em Braille. O DVD inclui ainda conteúdos de natureza informativa que permitem estender o conhecimento aos Distritos de Portugal.

Esta colecção pretende que cada criança possa ter acesso ao prazer da leitura, e ao mundo mágico do conhecimento, quaisquer que sejam as suas capacidades individuais de leitura.
Mais informações sobre este livro e a EDITORA CERCICA em: http://www.editoracercica.com/

A pensar no II Encontro...

Outeiro de Gatos em quadras

Outeiro de Gatos, é uma aldeia,
Antiga, de história e tradição,
São frias as suas noites de Inverno,
Mas quentes as noites de Verão.

A lenda dos Gatos de Ouro,
Deu o nome à terra, conta a história,
Mas a família Gato aqui viveu,
Trazendo tempos antigos à memória.

Pintam de branco a aldeia,  
As lindas amendoeiras em flôr,
E esconde a Fonte da Nogueira,
Segredos de amizade e amor.

As suas vinhas são de vinho bom,
E as terras fartas de cereais,
Quem a visita promete sempre voltar,
E as festas no Verão não esquece jamais!

Elisabete Ramos

Um fim de semana por terras medenses

Nestes últimos quatro dias, decorreu na Mêda, a 1ªFeira da Caça, Floresta e Produtos Regionais. Embora só a tendo visitado durante o fim de semana, tive a oportunidade de ficar a conhecer do que melhor se faz com alguns dos produtos da terra, o azeite, os doces, as geleias, os licores, os pães e os queijos, e muitos outros, presentes em vários stands do certame. O sabor estupendo da gastronomia da região, esteve presente em todos os pratos do roteiro gastronómico seleccionado para os dias da feira. E as provas de alguns dos melhores vinhos medenses, coroou este fim de semana que dificilmente esquecerei.

No âmbito deste evento, tive a oportunidade de visitar alguns dos produtores de vinho da região e muito me impressionou encontrar jovens à frente dos destinos das diversas quintas visitadas. Todos eles herdaram dos pais e dos avós as vinhas, mas foi graças à sua visão, dedicação e trabalho que agora temos a oportunidade de encontrar adegas modernas, produzindo vinhos absolutamente maravilhosos. Foi com paixão que os ouvi a falar dos seus vinhos e foi com entusiasmo que os ouvi a relatar os seus projectos para o futuro.
Depois das quintas, foi tempo para visitar e conhecer um lagar de azeite tradional, no Vale da Veiga, na freguesia de Longroiva. Foi com atenção que ouvimos as palavras do Sr. Óscar e da sua mãe, Dª Isabel Sampaio, relatando a tradição e a sabedoria de produzir um dos melhores azeites que já tive a oportunidade de saborear. Foi também com espanto que descemos as escadas de caracol da casa subterrânea, montadas como legos inventados do granito. 
E por último, antes do passeio terminar, houve tempo ainda para visitar o Castelo de Marialva e ouvir a sua história secular pela voz de um jovem guia que encantou com os seus relatos cheios de detalhes e pequenos segredos. O autocarro esperáva-nos às portas do Castelo e foi com pena que tivemos que voltar, terminando assim um inesquecível dia por terras medenses... esperáva-nos ainda um almoço ajantarado (eram já 5h da tarde!) de creme de perdiz e chanfana de veado, tudo muito bem "regado" com os vinhos Medalta e Angoreta, brancos e tintos, saborosos e "quentes" para uma noite fria que se aproximava a passos largos...

I Encontro dos Amigos de Outeiro de Gatos - Relatos de um dia em grande

Distribuição das t-shirts
Quando se ouviram as dez badaladas do sino da Igreja, começamos com a distribuição das t-shirts: verde para as senhoras e bordeaux para os senhores...
Às 11 estávamos prontos para o nosso peddy paper. As equipas já tinham nome e com os envelopes dos enigmas nas mãos, começaram a caça do tesouro das chaves.

Peddy paper "Em busca do Tesouro das chaves"
Correram à Fonte da Nogueira, subiram à Casa do Povo, beberam na Fonte das Cantarinhas. Descansaram à porta da Casa da Fidalga e procuraram o grande Eucalipto da aldeia. Um a um, todos os enigmas iam sendo descobertos e as chaves de "ouro" iam sendo reunidas. No final, "Cardoso e Morrão" era a grande vencedora com 8 chaves conquistadas. A "Máquina do Tempo" ficou logo a seguir com 7 chaves e os "Vinagre" , chegando a seguir, conquistaram o terceiro lugar com 7 chaves. Todas as equipas encontraram as chaves escondidas, desvendando os enigmas e divertindo-se muito, sob o sol quente de um dia de Verão.

O almoço
Chegados à hora do almoço, já todos falavam do porco no espeto que esperava por nós junto à Ribeira da Enxameia. Encheram-se os copos, estenderam-se as toalhas! A carne, saborosamente fatiada, foi servida com arroz de feijão e pão da aldeia. Sobremesas havia muitas, pois todos participaram com as suas melhores iguarias.

E a tarde estendeu-se tal como as mantas à sombra da ponte, que o sol queimava para uma tarde de Agosto!
As Árvores de balões
Houve jogos para todos, actividades lúdicas para todas as crianças, desde os mais pequeninos que, felizes, fizeram as suas árvores de balões coloridos, até os mais crescidos que tiveram um tesouro de "pedras preciosas" como descobrir com o desvendar de enigmas codificados em quadras... E não faltaram os "gatinhos" estratégicamente escondidos para outro grupo de meninos e meninas procurar...

Terminou a tarde mas antes de o sol se pôr, já muitos se dirigiam à aldeia para dar continuidade à festa.
Seguiu-se o baile à noite pois eram as festas em honra do Senhor Bom Jesus dos Passos. Só com a entrada na madrugada, chegou aquela sensação de "fim de festa". Cansados mas de "alma cheia" todos regressaram a casa.

Ficou a promessa de um novo "Encontro" para o próximo ano. Ficaram centenas de fotografias para testemunhar os momentos vividos e ficaram as lembranças de um dia para não esquecer!

A Organização
A todos quantos participaram, a Organização agradece.
Esperamos, sinceramente, que tenha sido um dia em grande!

Está quase aí...

Recordando... o Rancho Folclórico

O Rancho Folclórico de Outeiro de Gatos foi criado em 1955 com 30 pares. Como não havia apoios, cada elemento arranjava as suas próprias roupas. Abriam-se baús, pedia-se a avó e à vizinha e cada um apresentava o seu melhor fato.

Faziam-se actuações na aldeia na altura da festa e algumas vezes havia deslocações até à Mêda. Numa dessas participações chegaram a ganhar o 2º Prémio da Lavadeira.

Hoje o rancho só actua na festa da aldeia em Agosto. Juntam-se rapazes e raparigas que, divertidos, dançam e cantam, fazendo o seu melhor, para satisfação de quem ainda aprecia a tradição. 

O blog de Outeiro de Gatos está a recolher fotografias antigas da aldeia. Registos fotográficos das actuações do rancho folclórico, do grupo dos Pauliteiros, da Festa e muitos outros eventos e momentos especiais. Todas as contribuições serão muito bem vindas. O grande objectivo será realizar uma exposição na aldeia com a participação de todos os gatenses e amigos.

A ponte de Aveloso

 
A Ribeira Teja nasce a norte de Trancoso, atravessa todo o concelho da Mêda e, após um percurso de cerca de 45 quilómetros, desagua na margem esquerda do rio Douro, já em terras do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Entre Outeiro de Gatos e Aveloso, sobre a Ribeira Teja, encontramos esta singela e linda ponte.

"Embora muitos a identifiquem como ponte romana, a referência correcta ao período de construção da ponte do Aveloso não está tecnicamente demonstrada.
Muito embora o autor do livro "O concelho de Meda", José Saraiva, a tenha incluído nesse período histórico, ninguém pode até esta data afirmar isso com certeza. Sabe-se no entanto que a aldeia que a acolhe, já data do período megalítico.


A sua construção demarca a relevância estratégia desta zona, e as amplas margens que a ladeiam, permitem afirmar que seria ponto de paragem, ou até de permanência após a sua construção. Mesmo junto à ponte ainda hoje permanece o moinho que até cerca dos anos 60 era uns dos pontos de moagem do cereal cultivado nestas paragens.
Até à data desta fotografia, tem servido de forma magnânime os habitantes do Aveloso, que a utilizam frequentemente para passar sob a Ribeira Teja.
Toda construída em granito, conta com 3 arcos, que é certo muito recordam o período românico, e toda a travessia é coberta em paralelo granítico, que vai beber ao alcatrão de ambos os lados.
Embora já tenha sido assolada por alguns Invernos rigorosos a sua estrutura robusta sempre levou a melhor.
Começou-se no entanto a ressentir, a partir dos anos noventa devido essencialmente ao peso dos veículos pesados que lhe têm perpetuado danos irremediáveis, num dos seus arcos.
Embora seja um ícone deste concelho, poderia ser mais valorizada, se fosse limpa e requalificada toda a sua área envolvente, bem como impedido o tráfego a pesados."

Fonte: José Augusto Ferreira, publicado a 17 de Maio de 2008 in  www.panoramio.com/