Outeiro de Gatos é uma aldeia da Beira Alta que pertence ao concelho da Mêda, distrito da Guarda.Este é um blog que pretende dar a conhecer esta aldeia e o seu concelho, divulgar as suas riquezas patrimoniais e paisagísticas mas também as suas manifestações populares e culturais, as festas e romarias, as feiras e exposições, os monumentos, as antigas Vilas Medievais, o artesanato e as suas gentes, seus costumes e tradições. Fique por aí e volte sempre. Obrigada.

A ponte de Aveloso

 
A Ribeira Teja nasce a norte de Trancoso, atravessa todo o concelho da Mêda e, após um percurso de cerca de 45 quilómetros, desagua na margem esquerda do rio Douro, já em terras do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Entre Outeiro de Gatos e Aveloso, sobre a Ribeira Teja, encontramos esta singela e linda ponte.

"Embora muitos a identifiquem como ponte romana, a referência correcta ao período de construção da ponte do Aveloso não está tecnicamente demonstrada.
Muito embora o autor do livro "O concelho de Meda", José Saraiva, a tenha incluído nesse período histórico, ninguém pode até esta data afirmar isso com certeza. Sabe-se no entanto que a aldeia que a acolhe, já data do período megalítico.


A sua construção demarca a relevância estratégia desta zona, e as amplas margens que a ladeiam, permitem afirmar que seria ponto de paragem, ou até de permanência após a sua construção. Mesmo junto à ponte ainda hoje permanece o moinho que até cerca dos anos 60 era uns dos pontos de moagem do cereal cultivado nestas paragens.
Até à data desta fotografia, tem servido de forma magnânime os habitantes do Aveloso, que a utilizam frequentemente para passar sob a Ribeira Teja.
Toda construída em granito, conta com 3 arcos, que é certo muito recordam o período românico, e toda a travessia é coberta em paralelo granítico, que vai beber ao alcatrão de ambos os lados.
Embora já tenha sido assolada por alguns Invernos rigorosos a sua estrutura robusta sempre levou a melhor.
Começou-se no entanto a ressentir, a partir dos anos noventa devido essencialmente ao peso dos veículos pesados que lhe têm perpetuado danos irremediáveis, num dos seus arcos.
Embora seja um ícone deste concelho, poderia ser mais valorizada, se fosse limpa e requalificada toda a sua área envolvente, bem como impedido o tráfego a pesados."

Fonte: José Augusto Ferreira, publicado a 17 de Maio de 2008 in  www.panoramio.com/

A 13 de Maio lembramos...

No dia em que 500.000 pessoas visitam o maior santuário mariano de Portugal para assistir às celebrações presididas pela Sua Santidade o Papa Bento XVI, em visita a Portugal, escrevo o post de hoje contando as aparições de Nossa Senhora na Meda, em 1944.

"Numa mina de água, nos arredores da Vila, apareceu Nossa Senhora. As primeiras visões foram reveladas por uma empregada doméstica, que fora buscar água. No interior viu a Virgem e o Menino Jesus, tão nítido, que se podia tirar o ponto das rendas dos vestidos!

Outras pessoas ocorreram ao local e também viram. Em breve, às centenas, convergiam de toda a parte para implorar ajuda. E todos viam Nossa Senhora! Conta-se que um abastado lavadror ali levou o seu filho mudo, esperando o milagre de o ver falar e prometendo à Senhora a junta de bois com que trabalhava. Mal acabara de fazer a promessa, o filho exclamou:
- Meu pai, dê também o carro!

O proprietário do terreno propôs-se construir uma capela, para receber as dádivas e as promessas mas o Clero recusou benzer o terreno não acreditando nas visões. Os cépticos afirmavam tratar-se de um fenómeno de refracção da luz, produzido pelos raios solares, que entravam por uma abertura no tecto da mina. Com a falta de apoio da Igreja, que duvidou do milagre, aquele alvoroço foi-se apagando e a mina caiu no esquecimento..."

Retirado de "Terras da Meda - Natureza, Cultura e Património" de Adriano Vasco Rodrigues

Em Maio contamos...

Neste mês de Maio as minhas palavras serão de relatos de fé. Lendas ou acontecimentos reais que envolvam Nossa Senhora. Começemos por uma pequena lenda, a do Poço do Canto. Não sei se já a conhecem...
"Era uma vez um fidalgo muito rico, que tinha um filho cego. Os pais tinham um desgosto enorme, pois só tinham aquele filho, com aquela deficiência. Por tal motivo recorreram a médicos portugueses e estrangeiros, mas não obtiveram a cura desejada.
Um dia, o menino, que adorava brincar e passear, tanto se afastou que acabou por se perder. Ele, que julgava que se aproximava da casa, cada vez mais se afastava, até que chegou a um lugar onde tudo era árido e seco. Exausto, chorou, até que as suas lágimas fizeram um pequeno poço. Ajoelhou-se e pediu a Nossa Senhora que lhe desse vista para poder voltar para casa. Eis que subitamente, o menino começou a ver!
Entretanto o pai saiu de casa para encontrar o filho. Pelo caminho ia perguntando se por mero acaso o não teriam visto. Nisto, encontra um velhinho que, apontando, lhe diz:
- Vi um menino a correr e a meter-se naquele canto.
O pai aproxima-se e o filho correu em seu encontro dado-lhe um abraço.
- Um poço neste canto! - disse o pai
O filho explicou-lhe que o poço foi formado com as suas lágrimas que Nossa Senhora do Pranto verteu no poço.
A terra tornou-se fértil e foi-se povoando até que ficou a linda aldeia do Poço do Canto."

No próximo post trarei os relatos das aparições de Nossa Senhora na Meda, em 1944...