Outeiro de Gatos é uma aldeia da Beira Alta que pertence ao concelho da Mêda, distrito da Guarda.Este é um blog que pretende dar a conhecer esta aldeia e o seu concelho, divulgar as suas riquezas patrimoniais e paisagísticas mas também as suas manifestações populares e culturais, as festas e romarias, as feiras e exposições, os monumentos, as antigas Vilas Medievais, o artesanato e as suas gentes, seus costumes e tradições. Fique por aí e volte sempre. Obrigada.

Outeiro de Gatos - Toponímia (História e Lenda)

Os filósofos esclarecem que na toponímia, a explicação mais simples, normalmente, está errada. Não é fácil determinar com total segurança a origem do nome duma povoação. Já escrevia o Prof. Adriano Vasco Rodrigues, "há que pesquisar, investigar e comprovar." Na sua obra "Terras de Meda - Natureza, Cultura e Património", encontrei um breve apontamento que indicava "Outeiro de Gatos" como uma "elevação onde havia gatos bravos".

Nas minhas pesquisas, encontrei ainda no jornal "A Guarda" (edição de 21 de Setembro de 2001) a relação do determinativo "os Gatos" com a expansão territorial de uma família  mediévica desta denominação. Com efeito, os "Gatos" expandiram-se desde o Távora ao Côa e às cercanias e alguns domínios da Serra da Estrela. Fui, então, à procura desta família e encontrei a seguinte informação.

Nuno Soares Velho (1140-?) foi um fidalgo, Rico-Homem e Cavaleiro medieval do Reino de Portugal, tendo  sido contemporâneo de D. Afonso Hemriques. Foi casado por duas vezes, a primeira com D. Mór Pires Perna (1160-?). Dos seis filhos, o segundo chamava-se Pedro Nunes, "o Velho" (para destrinça de outro homónimo) que casou com D. Maria Anes. Deste casamento nasceu D. Afonso Pires Gato (1210-?), Rico-Homem e Cavaleiro medieval do Reino de Portugal que foi Governador da Guarda. Casou com Urraca Fernandes de Lumiares (1200-?) e tiveram três filhas: Constança Afonso Gato, Teresa Afonso Gato e Guiomar Afonso Gato. DªTeresa Afonso Gato casou depois com D. Mem Soares Melo, 1º Senhor de Melo.

No entanto, a lenda do "Gato de Ouro" que alguns dizem estar relacionada com o nome da freguesia, parece-me muito interessante. Se não, vejamos:

Um dia uma mulher sonhou que num determinado sítio de Outeiro de Gatos (que ainda não tinha este nome) estavam enterrados uns gatinhos de ouro. Na mesma altura um homem sonhou a mesma coisa. Dizia-se, na época, que se duas pessoas (um homem e uma mulher) tivessem o mesmo sonho na mesma altura, esse tornava-se realidade. Sendo um deles de família pobre e outro de família rica, era muito difícil encontrarem-se pois não era hábito as pessoas ricas falarem com os mais pobres. Uns anos mais tarde numa festa, aconteceu encontrarem-se e conversaram acerca do sonho que ambos tinham tido. Chegaram então à conclusão que o sonho devia ser real mas para terem a certeza teriam de se deslocar ao local de que tinham sonhado.
Já tinham passado largos anos e não sabiam se iriam encontrar os gatinhos de ouro. Dirigiram-se ao local e, de facto, encontraram os gatos de ouro com que tinham sonhado. Decidiram, então, pôr o nome de Outeiro de Gatos ao local.

Na aldeia, todos sabem onde é este local. Eu mesma já lá estive algumas vezes. Este fim de semana, de visita a Outeiro de Gatos aproveitei para mostrar aos meus filhos e tirar algumas fotografias.

Lenda das amendoeiras em flor


Em homenagem aos vales e montes da região vestidos de branco das amendoeiras em flor, aqui fica a lenda da linda princesa Gilda e do rei mouro que viveram longos anos de um intenso amor esperando ansiosos, ano após ano, a Primavera que trazia o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor:

"Há muitos e muitos séculos, antes de Portugal existir e quando o Al-Gharb pertencia aos árabes, reinava em Chelb, a futura Silves, o famoso e jovem rei Ibn-Almundim que nunca tinha conhecido uma derrota. Um dia, entre os prisioneiros de uma batalha, viu a linda Gilda, uma princesa loira de olhos azuis e porte altivo. Impressionado, o rei mouro deu-lhe a liberdade, conquistou-lhe progressivamente a confiança e um dia confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua mulher. Foram felizes durante algum tempo, mas um dia a bela princesa do Norte caiu doente sem razão aparente. Um velho cativo das terras do Norte pediu para ser recebido pelo desesperado rei e revelou-lhe que a princesa sofria de nostalgia da neve do seu país distante. A solução estava ao alcance do rei mouro, pois bastaria mandar plantar por todo o seu reino muitas amendoeiras, pois quando florissem as suas brancas flores dariam à princesa a ilusão da neve e ela ficaria curada da sua saudade. Na Primavera seguinte, o rei levou Gilda à janela do terraço do castelo e a princesa sentiu que as suas forças regressavam ao ver aquela visão indescritível das flores brancas que se estendiam sob o seu olhar. O rei mouro e a princesa viveram longos anos de um intenso amor esperando ansiosos, ano após ano, a Primavera que trazia o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor."

Fonte: http://www.turismo.guarda.pt/

Desafio de fim de semana

Tinhamos planeado uma visita a Outeiro de Gatos este fim de semana. Contava trazer-vos novas fotografias e algumas novidades mas S.Pedro já tinha planeado chuva, vento e muito frio e não quis mudar os planos. Paciência...

Bom, sendo assim, sobrou para vocês, caros seguidores deste blog. O objectivo é fazer o levantamento de todo o artesanato do concelho da Mêda. Recolher informação sobre artesãos e os seus trabalhos. Precisamos de fotografias e tudo que nos permita ter uma perfeita identificação do tipo de artesanato da região. Conto com vocês, caros amigos. Se conhecem alguém ou se têm informação importante sobre este tema, deixem o vosso comentário. Este blog agradece e a Mêda também.
Nota: Foto retirada da internet.

As termas de Longroiva

As Termas de Longroiva são uma tranquila e aprazível estância de reconhecidas qualidades terapêuticas, proporcionando saúde e bem-estar.
As Termas de Longroiva constituem um óptimo lugar para recuperar forças entre uma paisagem bela e variada, em especial a partir de Fevereiro, altura em que começam a florir as amendoeiras.
Nas virtudes terapêuticas das suas águas minerais naturais, Longroiva oferece o melhor à saúde, um bem que se conserva e se recupera cuidadosamente, sempre segundo fórmulas rigorosamente personalizadas.
A água, a natureza e o repouso são ingredientes de excelência para a saúde, lazer, conforto e bem-estar desta pequena estância termal, que começa a aflorar.
As águas termais de Longroiva devem ser conhecidas desde os tempos pré-históricos, com os arqueólogos, desde há muito, a reconhecerem em estâncias aquíferas medicinais vestígios do seu aproveitamento pelo homem pré-histórico. O povoamento desta região feito desde o Paleolítico leva-nos a pensar que estas águas não terão passado desapercebidas a esses remotos habitantes.
Com mais certeza temos de aceitar que elas eram já conhecidas dos romanos, que ocuparam o território vizinho do castro de Longobriga, durante centenas de anos, e ali fizeram sistematicamente prospeções para identificação dos jazigos mineiros e das águas medicinais.
A lenda da estátua do Banho, em Longroiva, pode testemunhar o achado, neste local, de uma estatueta romana consagrada à deusa da Saúde, como era habitual ocorrer com aqueles colonizadores.
As mais remotas referências históricas ao valor medicinal das águas de Longroiva parecem datar do séc. XVII. No séc. XVIII há algumas citações, entre elas, uma referida no Aquilégio Medicinal de Fonseca Henriques (Primeiro Inventário das Águas Minerais Naturais de Portugal Continental, editado pela primeira vez em 1726).  

Saiba tudo sobre as termas em www.termasdelongroiva.com.pt 

Vale de Mouro na Coriscada



O Sítio Arqueológico do Vale do Mouro, na freguesia da Coriscada, no concelho de Meda tem sido alvo de pesquisas arqueológicas desde o ano de 2000, se bem que oficialmente remonte ao ano de 2003. 

As escavações permitiram, até então, a descoberta de balneários romanos, um pátio ladrilhado com elementos figurativos, pontas de lança, pesos, cerâmica, moedas e outros.

As campanhas arqueológicas no sítio do Vale do Mouro revelaram um povoamento neolítico com sete mil anos e permitiram descobrir uma aldeia romana que os arqueólogos acreditam ser uma "revolução" no estudo do país rural da época. Quando se pensava que o local teria tido apenas duas ocupações - nos séculos III e IV depois de Cristo (d.C.) -, as escavações de 2008 revelaram novos achados do período Neolítico, com a presença de materiais em sílica e lascas de quartzo.

Nos inícios do século I d.C., terá sido ali edificada uma “vila” (quinta) e já no século III d.C., um senhor abastado, à custa do rendimento agrícola gerado com vinho, cereais e azeite e também da exploração mineira do ferro, estanho, prata ou chumbo, terá reconvertido a vila chamando técnicos para o revestimento de salas de mosaico, edificar balneários, lagares e ferrarias. Numa época áurea, é forte a probabilidade de "esse senhor ter-se valido de operários livres criando um “Vicus” (aldeia) onde os deuses e festividades passariam a ter algum cunho colectivo", algo que pode revolucionar a história conhecida da aldeia romana.

As escavações arqueológicas no sítio do Vale do Mouro, têm revelado verdadeiros tesouros. Nos últimos tempos têm sido encontradas milhares de moedas dos séculos III e IV. A isto junta-se o bom estado de conservação de muitos edifícios, o que permitirá compreender em detalhe o funcionamento deste complexo. A importância do local é tal que Jorge de Alarcão, um dos maiores especialistas no período romano em Portugal, já admitiu aos arqueólogos que tenciona corrigir as suas teses.



Saiba mais, nas notícias dos tesouros encontrados: